sábado, 6 de dezembro de 2008

Quem sou eu? - Parte 2

esses dias eu andei pensando MUITO sobre as coisas.. Talvez tenha sido esse o motivo de ter demorado tanto pra escrever algo novo.
Na verdade foi difícil sair alguma frase que fizesse sentido.. nem sei se o que escreverei aqui faz.
É que hoje mais cedo pensei comigo mesma: "deixa eu escrever algo agora.. qualquer coisa, qualquer coisa!"
E saiu isso, vamos lá:


"Eu sou um pouco do que eu fui, do que eu vi, do que eu senti, do que eu falei, do que eu guardei.
Sou parte do que as pessoas vêem e parte do que vejo de mim mesma.
Eu sou parte do que queria ser, e parte do que não era pra ter sido.
Sou inconstante.
Sou mais uma. Sou aquela.
Depende de quem vê, depende de quem quero agradar.

A verdade é que não sei quem sou,
mas quem liga?"


Sim, é pequeno, simples. Mas não é verdade? Nao é verdade que você pode ser "mais uma" pra uma pessoa e "aquela" pra outra? Depende muito de quem vê, de quem está julgando..
Não concorda que nós somos parte da imagem que os outros têm da gente e parte da imagem(nem sei se é esse o termo certo) que nós temos de nós mesmos? Sei lá, às vezes eu me vejo assim.
Acho que é mais um motivo de não sabermos quem somos.. e talvez nem chegarmos perto.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Despedida

Era como se não houvesse amanhã.
Os rostos estavam colados, o olhar era profundo, distante, sincero. Saudoso.

As palavras vinham-lhes na cabeça, mas não diziam.
As lágrimas vinham-lhes aos olhos, mas não caíam.
Abraçaram-se. Ela cantarolava alguma música bonita que vinha na mente.
"Forgiveness.. even if.. even if you don't love me anymore.."

Os minutos passavam rapidamente, as pessoas olhavam, alguns tinham dó. Alguns achavam brega. Naquela hora, quem dos dois se importava?
Ele pegou sua mão, entregou-lhe o que queria.
- Em que parte da nossa história esquecemos quem somos? - sussurrou.

O vôo foi anunciado, afastaram-se.
Ele ia caminhando em direção ao ponto de embarque. Ela continuava parada.
Gritou.
Correu.
Parou.
Beijou.

Aquele beijo representava todo o sentimento que tinham. Todo o sentimento que há muito haviam esquecido. E era como se ali, naquele momento, os dois pudessem finalmente se perdoar. Perdoar pelas mentiras, pelas farsas, pelas palavras brutas. Perdoar um ao outro por não terem chegado a uma conclusão, por terem deixado passar. Perdoar.

"And I think it's about forgiveness. Even if.. Even if you don't love me anymore."

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Dúvida

Ele andava por entre as ruas da cidade procurando a resposta.
Resposta do que?

O sol batia na cabeça, o suor escorria-lhe o rosto e ele andava.. andava e não olhava pra trás.
Procurava qualquer coisa que o distraísse e o fizesse esquecer de seja lá o que fosse.
Apressava o passo como se quisesse chegar antes de alguém. Mas esse alguém não existia.
Ele estava completamente só.
Fazia daquela caminhada um ato vago de descobrir de onde veio, quem era e para onde deveria ir.

O caminho chegava ao fim e a cada passo, uma dúvida.

Entrou numa rua sem saída, hesitou alguns minutos e virou-se.
Veio-lhe o pensamento de voltar.
Voltar pra quê?
Mas voltou! Pra mesma vida, no mesmo caminho, do mesmo jeito, com o mesmo olhar de alguém que não sabia mais para onde ir.

Mas voltou levando consigo uma ponta de esperança de que as coisas pudessem melhorar de alguma forma. E que ele pudesse voltar a acreditar nas pessoas e chegar, enfim, a uma verdade.

Que verdade?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Irmão de sangue, de alma, de coração.

Outro dia eu parei pra pensar em algumas coisas.. e me veio uma teoria na cabeça:

Eu acho que todas as pessoas no mundo deveriam ter um irmão.
Não quero levar em conta os gastos na família, as classes sociais. Eu só acho que todos deveriam ter um serzinho ali do lado. E se darem bem com ele.
Irmão no dicionário, além daquela pessoa que colocam na mesma casa que você e, indiretamente, obrigam-os a viver juntos, pode ser apenas uma denominação de "amigos insperáveis."
Portanto, pode ser irmão, irmã, irmão adotivo, amigo-irmão, qualquer tipo. Mas irmão!
Sabe aquela frase de "Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro"?
Pois bem, não ouso discordar.

Agora definirei mais como irmão de sangue.

Claro que quando muito crianças, as brigas são constantes e os roxos no corpo são inevitáveis.
Mas apesar de tudo, às vezes acho que eles são a única prova de que não estamos sozinhos. Nunca!

São SEMPRE as companhias quando seus pais não estão em casa, ou em qualquer viagem cansativa onde eles ficam tirando fotos e vocês correndo de um lado para o outro, juntos.
É com eles que você planeja como pedir dinheiro aos pais, ou como contar que quebrou um vaso importado. Não existe pessoa melhor que um irmão para dividir a culpa. Nem para defender, nem pra ser defendido.
E não existe raiva maior do que aquela quando falam algo negativo daquela pessoinha que te ve acordar e dormir todo dia, e comer, e chorar, e gritar.

Diferente de amigo, primo, pai, mãe, tio, avô. Irmão é aquela pessoa que te defende de tudo e todos e, apesar das implicâncias, são eles que estão lá quando os OUTROS implicam com você.
Quando maiores então, acho que não existe pessoa melhor para se confiar. Pode contar seus problemas, pedir ajuda, reclamar da vida.. E, mesmo que não pareça, eles estão lá ouvindo.
É ele também quem te ajuda em crises familiares, pois, como meu próprio irmão me disse uma vez: "Melhor que um amigo para te ouvir, é um amigo que sente na pele o que você está sentindo."

Não há dúvidas. Ter um irmão ao seu lado é a prova constante de que cumplicidade existe sim.

Ok, talvez eu esteja generalizando. Talvez não seja assim com todo mundo.
Mas deveria ser.. Se prestássemos atenção, veríamos que irmão é muito mais que aquela pessoa que apenas vive na mesma casa que você.
Irmão abrange tudo.
Pelo menos com o meu é assim. Pra mim é o suficiente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"História Estranha"

Nossa, quanto tempo eu não escrevo nada aqui.
Na verdade ainda não tenho nada de muito útil pra falar, mas estava na aula de redação e vi um texto do Luis Fernando Veríssimo que, por algum motivo, me deixou pensando um pouco...

Aqui vai:

Históra Estranha

"Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricó. Não tem a menor dúvida que é ele mesmo. Reconhce a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos, como eu vou ser sentimental!"

Na verdade, não sei porquê, nessa hora eu lembrei de uma pessoa conhecida(mas não muito), que se suicidou mais ou menos nessa idade. Talvez por mágoas do passado, algo assim.
E comecei a pensar como vai ser quando EU tiver lá meus quarenta anos e me deparar com algum lugar que me marcou na infância, adolescência, ou qualquer coisa do tipo.
Como eu vou lembrar das coisas, se vou ter arrependimentos grandes, se direi que valeu a pena.. Enfim.. as 7:30 da manhã, lendo esse texto numa aula extremamente cansativa, desejei desesperadamente poder, no futuro, dizer que fui e sou feliz, e que a vida vale a pena.

Pronto, acabou o momento reflexivo. =)

Ps: Pior é que eu acho que também vou (continuar a) ser sentimental aos 40. hahaha e agora?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Terça-feirinos.

Era uma terça-feira.
Entrei na quadra procurando qualquer coisa para me distrair. Estava tendo jogo de basket e, apesar de não ser muito fã, comecei a ver.
Ele não estava jogando, veio lá de trás na minha direção.
Mais cedo, eu havia passado lá pois tinha que jogar, e rolou uma discussãozinha boba com ele por algum passe de bola errado que não fez diferença nenhuma.
Sentou do meu lado e olhou para frente.


Silêncio.


Era só o barulho lá longe dos passos na quadra, a bola batendo, arremessos.
E nós ali em silêncio, sentados na arquibancada, olhando.
Uma vez me disseram que você percebe o quanto é amiga de uma pessoa, quando as duas ficam em silêncio por horas e não rola constrangimento algum.
E não é que poderíamos ficar horas ali, sentados, olhando a bola rolar na quadra e fazendo daquele silêncio um pedido de desculpa? Cessando a briga, pedindo um abraço?


Foi quando eu olhei pra ele, dei um sorriso e fui correspondida.
- Que dia é hoje? - perguntei.
- Terça-feira, por quê?
- Haha, nós somos terça-feirinos, não tem jeito.


Demos um abraço e começamos a conversar sobre como o leite tá caro.

Por um mundo melhor.

Foi a imagem mais chocante que já vi e, ao mesmo tempo, a mais bonita.
Era uma criança africana olhando para o sol. Não daquelas crianças bonitinhas que vemos e temos vontade de “apertar”, mas uma completamente diferente. Tinha pernas finas e fracas, dando a entender que a qualquer momento ia despencar. Estava sem roupa, e os ossos da costela eram tão visíveis, que davam medo. Os dedos, apontando para o sol, não pareciam dedos, mas pernas de grilo. Dos seus olhos saíam lágrimas tão fortes que, no momento, não identifiquei.
Lembrei da minha infância, sempre rodeada de amiguinhos, brincando, correndo, pulando. Apontando para o sol e dizendo: como é bom viver.
Cresci e continuei com esse mesmo pensamento, até me deparar com essa cena. Não que a vida, para mim, tenha deixado de ser boa. Vendo aquilo, percebi que minha vida é mais até do que imaginava, mas por me fazer refletir sobre essa realidade mais do que sempre refleti. Uma realidade que o mundo não vê, não se importa e até prefere acreditar que não existe.
Aquela criança não tinha amigos, não tinha pais, os quais, com certeza devem tê-la colocado ao mundo por acidente. Ela não tinha brinquedos, não tinha comida, não tinha sequer uma casa com uma cama para dormir. Era uma criança daquelas que dariam tudo para ir à escola e aprender a escrever seu nome. Se é que tinha nome.
E aquelas lágrimas não pareciam de tristeza pura, muito menos felicidade. Não parecia saudade, nem raiva. Eram lágrimas de esperança.
As pessoas na África morrem de fome a cada 3 segundos e têm consciência de que, no outro lado do mundo, está tendo festa. E, ainda sim, derramam lágrimas de esperança.
E o que me entristece é que a sociedade de hoje está tão acostumada, tão centralizada no próprio mundinho que dizem ter valor, que não se importam mais. Talvez nunca tenham, de fato, se importado. A natureza está perdida. A paz nunca foi alcançada. Crianças já nascem com AIDS e comem comida do lixo, enquanto outras fazem regime descontroladamente, sem necessidade. Algumas reclamam com os pais pelo edredom não ser da cor que queriam, outras dariam tudo por um pedaço de jornal.
O mundo se resultou inútil para todos aqueles que apenas seguem suas vidas. E eu, sonhadora compulsiva, assim como aquela pobre criança, ainda tenho esperança.
Sonho, sonharei e farei minha parte para que mais pessoas lutem por um sonho impossível, um mundo melhor. E repito as palavras de John Lennon quase como um novo apelo pela paz. Junte-se a nós e o mundo, pela primeira vez, viverá como um só.

domingo, 27 de julho de 2008

Começo.

Depois de algum tempo escrevendo textos e guardando só pra mim, resolvi, com a insistência constante de alguns amigos, criar um blog.

O endereço não desperta um interesse anormal de acessar e confesso que minha criatividade para tal não foi nada grande, maaaas...

Bom, continuo escrevendo textos, pelo simples ato de escrever. Mas dessa vez, resolvi compartilhá-los com vocês. Seja uma história, seja um poema, um pensamento ou qualquer coisa do tipo.

Começo então a minha saga:

Quem sou eu?

Vivo num tempo onde alguns valores fundamentais se deram por desaparecer. Tempo que começo a entender a vida. E penso, e finjo aceitar tudo, pra não ficar louca. Será que pertenço mesmo a este mundo? Aliás, será que o mundo ideal que sonho a cada dia, de fato existiu? Por que acho que pode ser possível um sentimento conjunto, se nunca, na história, ouvi falar dele?Acho que sonho demais..

Eu sou extremamente observadora das pequenas coisas da vida. Eu reparo nos detalhes, nos sentimentos, no que as pessoas quiseram dizer quando fizeram tal gesto. Penso muito! Quero descobrir as coisas e ter as respostas pra muitas outras. Talvez seja esse o motivo de eu sempre buscar alguém pra conversar sobre assuntos, vamos dizer, reflexivos.
Não sou tímida, faço amizade fácil, adoro abraçar e sei sim falar o que sinto. Eu sei me expressar. Às vezes falo demais, às vezes falo coisas que não deveria, às vezes esqueço de algo. Mas quem liga?

Eu me dou bem com meus pais e principalmente com meu irmão.
Aah se todos tivessem um irmão como o meu...

Eu acredito em reencarnação, em fidelidade, nas pessoas e num “amor pra vida toda.”
Sim, eu ainda acredito no amor. Não sei ao certo o que é. Na verdade, quem sou eu pra falar o que é o amor? Mas acho que não existe nenhuma explicação lógica. Ele simplesmente vem, sem mais nem menos. Às vezes nos consome, às vezes não. O único problema é que hoje em dia as pessoas banalizam tanto esse sentimento que conhecem alguém em um dia e dizem que amam pra sempre no outro. Isso não é amor! Se as pessoas entendessem que "Te amo" não é "bom dia" e se permitissem amar de verdade, o mundo com certeza seria melhor.

Enfim...

Tenho amigos verdadeiros. Não muitos, mas tenho. E acho que são esses daí que me fazem seguir em frente, independente da situação. Eu sei perdoar e sei pedir desculpas, apesar de ser SIM orgulhosa em alguns pontos. Sou saudosista pra caramba. Não daquelas de viver do passado e nem querer voltar no tempo, mas tenho saudade de algumas épocas e pessoas.Eu ajo mais pela emoção do que pela razão. Não sei se é o certo, mas acho que não existe certo ou errado, o que existe são as conseqüências dos nossos atos. Me apego fácil(o que é um puta defeito, confesso); tenho características fortes de italiano; falo sozinha e canto na rua.

Sei lá... Acho que conhecer alguém não é só saber o que gosta ou o que não gosta e sim saber o que pensa.Eu não sei quem sou. Pra falar a verdade, eu me conheço a cada dia. Toda vez que paro pra falar de mim, acrescento alguma coisa, retiro outra. As pessoas mudam a todo instante. Não as julguem por isso. Eu acho que as pessoas não deveriam pensar que devem ser felizes e simplesmente serem.

É isso aí.. tem quem me chame de indecisa, estressada, simpática, brava, extrovertida, engraçada, atrapalhada, crítica. Tem quem me chame de Giuli e pronto.


"Conheço todo mundo e não conheço ninguém. Todo mundo me conhece e não sabe como sou."