sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Dúvida

Ele andava por entre as ruas da cidade procurando a resposta.
Resposta do que?

O sol batia na cabeça, o suor escorria-lhe o rosto e ele andava.. andava e não olhava pra trás.
Procurava qualquer coisa que o distraísse e o fizesse esquecer de seja lá o que fosse.
Apressava o passo como se quisesse chegar antes de alguém. Mas esse alguém não existia.
Ele estava completamente só.
Fazia daquela caminhada um ato vago de descobrir de onde veio, quem era e para onde deveria ir.

O caminho chegava ao fim e a cada passo, uma dúvida.

Entrou numa rua sem saída, hesitou alguns minutos e virou-se.
Veio-lhe o pensamento de voltar.
Voltar pra quê?
Mas voltou! Pra mesma vida, no mesmo caminho, do mesmo jeito, com o mesmo olhar de alguém que não sabia mais para onde ir.

Mas voltou levando consigo uma ponta de esperança de que as coisas pudessem melhorar de alguma forma. E que ele pudesse voltar a acreditar nas pessoas e chegar, enfim, a uma verdade.

Que verdade?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Irmão de sangue, de alma, de coração.

Outro dia eu parei pra pensar em algumas coisas.. e me veio uma teoria na cabeça:

Eu acho que todas as pessoas no mundo deveriam ter um irmão.
Não quero levar em conta os gastos na família, as classes sociais. Eu só acho que todos deveriam ter um serzinho ali do lado. E se darem bem com ele.
Irmão no dicionário, além daquela pessoa que colocam na mesma casa que você e, indiretamente, obrigam-os a viver juntos, pode ser apenas uma denominação de "amigos insperáveis."
Portanto, pode ser irmão, irmã, irmão adotivo, amigo-irmão, qualquer tipo. Mas irmão!
Sabe aquela frase de "Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro"?
Pois bem, não ouso discordar.

Agora definirei mais como irmão de sangue.

Claro que quando muito crianças, as brigas são constantes e os roxos no corpo são inevitáveis.
Mas apesar de tudo, às vezes acho que eles são a única prova de que não estamos sozinhos. Nunca!

São SEMPRE as companhias quando seus pais não estão em casa, ou em qualquer viagem cansativa onde eles ficam tirando fotos e vocês correndo de um lado para o outro, juntos.
É com eles que você planeja como pedir dinheiro aos pais, ou como contar que quebrou um vaso importado. Não existe pessoa melhor que um irmão para dividir a culpa. Nem para defender, nem pra ser defendido.
E não existe raiva maior do que aquela quando falam algo negativo daquela pessoinha que te ve acordar e dormir todo dia, e comer, e chorar, e gritar.

Diferente de amigo, primo, pai, mãe, tio, avô. Irmão é aquela pessoa que te defende de tudo e todos e, apesar das implicâncias, são eles que estão lá quando os OUTROS implicam com você.
Quando maiores então, acho que não existe pessoa melhor para se confiar. Pode contar seus problemas, pedir ajuda, reclamar da vida.. E, mesmo que não pareça, eles estão lá ouvindo.
É ele também quem te ajuda em crises familiares, pois, como meu próprio irmão me disse uma vez: "Melhor que um amigo para te ouvir, é um amigo que sente na pele o que você está sentindo."

Não há dúvidas. Ter um irmão ao seu lado é a prova constante de que cumplicidade existe sim.

Ok, talvez eu esteja generalizando. Talvez não seja assim com todo mundo.
Mas deveria ser.. Se prestássemos atenção, veríamos que irmão é muito mais que aquela pessoa que apenas vive na mesma casa que você.
Irmão abrange tudo.
Pelo menos com o meu é assim. Pra mim é o suficiente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"História Estranha"

Nossa, quanto tempo eu não escrevo nada aqui.
Na verdade ainda não tenho nada de muito útil pra falar, mas estava na aula de redação e vi um texto do Luis Fernando Veríssimo que, por algum motivo, me deixou pensando um pouco...

Aqui vai:

Históra Estranha

"Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricó. Não tem a menor dúvida que é ele mesmo. Reconhce a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos, como eu vou ser sentimental!"

Na verdade, não sei porquê, nessa hora eu lembrei de uma pessoa conhecida(mas não muito), que se suicidou mais ou menos nessa idade. Talvez por mágoas do passado, algo assim.
E comecei a pensar como vai ser quando EU tiver lá meus quarenta anos e me deparar com algum lugar que me marcou na infância, adolescência, ou qualquer coisa do tipo.
Como eu vou lembrar das coisas, se vou ter arrependimentos grandes, se direi que valeu a pena.. Enfim.. as 7:30 da manhã, lendo esse texto numa aula extremamente cansativa, desejei desesperadamente poder, no futuro, dizer que fui e sou feliz, e que a vida vale a pena.

Pronto, acabou o momento reflexivo. =)

Ps: Pior é que eu acho que também vou (continuar a) ser sentimental aos 40. hahaha e agora?