terça-feira, 29 de julho de 2008

Terça-feirinos.

Era uma terça-feira.
Entrei na quadra procurando qualquer coisa para me distrair. Estava tendo jogo de basket e, apesar de não ser muito fã, comecei a ver.
Ele não estava jogando, veio lá de trás na minha direção.
Mais cedo, eu havia passado lá pois tinha que jogar, e rolou uma discussãozinha boba com ele por algum passe de bola errado que não fez diferença nenhuma.
Sentou do meu lado e olhou para frente.


Silêncio.


Era só o barulho lá longe dos passos na quadra, a bola batendo, arremessos.
E nós ali em silêncio, sentados na arquibancada, olhando.
Uma vez me disseram que você percebe o quanto é amiga de uma pessoa, quando as duas ficam em silêncio por horas e não rola constrangimento algum.
E não é que poderíamos ficar horas ali, sentados, olhando a bola rolar na quadra e fazendo daquele silêncio um pedido de desculpa? Cessando a briga, pedindo um abraço?


Foi quando eu olhei pra ele, dei um sorriso e fui correspondida.
- Que dia é hoje? - perguntei.
- Terça-feira, por quê?
- Haha, nós somos terça-feirinos, não tem jeito.


Demos um abraço e começamos a conversar sobre como o leite tá caro.

Por um mundo melhor.

Foi a imagem mais chocante que já vi e, ao mesmo tempo, a mais bonita.
Era uma criança africana olhando para o sol. Não daquelas crianças bonitinhas que vemos e temos vontade de “apertar”, mas uma completamente diferente. Tinha pernas finas e fracas, dando a entender que a qualquer momento ia despencar. Estava sem roupa, e os ossos da costela eram tão visíveis, que davam medo. Os dedos, apontando para o sol, não pareciam dedos, mas pernas de grilo. Dos seus olhos saíam lágrimas tão fortes que, no momento, não identifiquei.
Lembrei da minha infância, sempre rodeada de amiguinhos, brincando, correndo, pulando. Apontando para o sol e dizendo: como é bom viver.
Cresci e continuei com esse mesmo pensamento, até me deparar com essa cena. Não que a vida, para mim, tenha deixado de ser boa. Vendo aquilo, percebi que minha vida é mais até do que imaginava, mas por me fazer refletir sobre essa realidade mais do que sempre refleti. Uma realidade que o mundo não vê, não se importa e até prefere acreditar que não existe.
Aquela criança não tinha amigos, não tinha pais, os quais, com certeza devem tê-la colocado ao mundo por acidente. Ela não tinha brinquedos, não tinha comida, não tinha sequer uma casa com uma cama para dormir. Era uma criança daquelas que dariam tudo para ir à escola e aprender a escrever seu nome. Se é que tinha nome.
E aquelas lágrimas não pareciam de tristeza pura, muito menos felicidade. Não parecia saudade, nem raiva. Eram lágrimas de esperança.
As pessoas na África morrem de fome a cada 3 segundos e têm consciência de que, no outro lado do mundo, está tendo festa. E, ainda sim, derramam lágrimas de esperança.
E o que me entristece é que a sociedade de hoje está tão acostumada, tão centralizada no próprio mundinho que dizem ter valor, que não se importam mais. Talvez nunca tenham, de fato, se importado. A natureza está perdida. A paz nunca foi alcançada. Crianças já nascem com AIDS e comem comida do lixo, enquanto outras fazem regime descontroladamente, sem necessidade. Algumas reclamam com os pais pelo edredom não ser da cor que queriam, outras dariam tudo por um pedaço de jornal.
O mundo se resultou inútil para todos aqueles que apenas seguem suas vidas. E eu, sonhadora compulsiva, assim como aquela pobre criança, ainda tenho esperança.
Sonho, sonharei e farei minha parte para que mais pessoas lutem por um sonho impossível, um mundo melhor. E repito as palavras de John Lennon quase como um novo apelo pela paz. Junte-se a nós e o mundo, pela primeira vez, viverá como um só.

domingo, 27 de julho de 2008

Começo.

Depois de algum tempo escrevendo textos e guardando só pra mim, resolvi, com a insistência constante de alguns amigos, criar um blog.

O endereço não desperta um interesse anormal de acessar e confesso que minha criatividade para tal não foi nada grande, maaaas...

Bom, continuo escrevendo textos, pelo simples ato de escrever. Mas dessa vez, resolvi compartilhá-los com vocês. Seja uma história, seja um poema, um pensamento ou qualquer coisa do tipo.

Começo então a minha saga:

Quem sou eu?

Vivo num tempo onde alguns valores fundamentais se deram por desaparecer. Tempo que começo a entender a vida. E penso, e finjo aceitar tudo, pra não ficar louca. Será que pertenço mesmo a este mundo? Aliás, será que o mundo ideal que sonho a cada dia, de fato existiu? Por que acho que pode ser possível um sentimento conjunto, se nunca, na história, ouvi falar dele?Acho que sonho demais..

Eu sou extremamente observadora das pequenas coisas da vida. Eu reparo nos detalhes, nos sentimentos, no que as pessoas quiseram dizer quando fizeram tal gesto. Penso muito! Quero descobrir as coisas e ter as respostas pra muitas outras. Talvez seja esse o motivo de eu sempre buscar alguém pra conversar sobre assuntos, vamos dizer, reflexivos.
Não sou tímida, faço amizade fácil, adoro abraçar e sei sim falar o que sinto. Eu sei me expressar. Às vezes falo demais, às vezes falo coisas que não deveria, às vezes esqueço de algo. Mas quem liga?

Eu me dou bem com meus pais e principalmente com meu irmão.
Aah se todos tivessem um irmão como o meu...

Eu acredito em reencarnação, em fidelidade, nas pessoas e num “amor pra vida toda.”
Sim, eu ainda acredito no amor. Não sei ao certo o que é. Na verdade, quem sou eu pra falar o que é o amor? Mas acho que não existe nenhuma explicação lógica. Ele simplesmente vem, sem mais nem menos. Às vezes nos consome, às vezes não. O único problema é que hoje em dia as pessoas banalizam tanto esse sentimento que conhecem alguém em um dia e dizem que amam pra sempre no outro. Isso não é amor! Se as pessoas entendessem que "Te amo" não é "bom dia" e se permitissem amar de verdade, o mundo com certeza seria melhor.

Enfim...

Tenho amigos verdadeiros. Não muitos, mas tenho. E acho que são esses daí que me fazem seguir em frente, independente da situação. Eu sei perdoar e sei pedir desculpas, apesar de ser SIM orgulhosa em alguns pontos. Sou saudosista pra caramba. Não daquelas de viver do passado e nem querer voltar no tempo, mas tenho saudade de algumas épocas e pessoas.Eu ajo mais pela emoção do que pela razão. Não sei se é o certo, mas acho que não existe certo ou errado, o que existe são as conseqüências dos nossos atos. Me apego fácil(o que é um puta defeito, confesso); tenho características fortes de italiano; falo sozinha e canto na rua.

Sei lá... Acho que conhecer alguém não é só saber o que gosta ou o que não gosta e sim saber o que pensa.Eu não sei quem sou. Pra falar a verdade, eu me conheço a cada dia. Toda vez que paro pra falar de mim, acrescento alguma coisa, retiro outra. As pessoas mudam a todo instante. Não as julguem por isso. Eu acho que as pessoas não deveriam pensar que devem ser felizes e simplesmente serem.

É isso aí.. tem quem me chame de indecisa, estressada, simpática, brava, extrovertida, engraçada, atrapalhada, crítica. Tem quem me chame de Giuli e pronto.


"Conheço todo mundo e não conheço ninguém. Todo mundo me conhece e não sabe como sou."