Foi a imagem mais chocante que já vi e, ao mesmo tempo, a mais bonita.
Era uma criança africana olhando para o sol. Não daquelas crianças bonitinhas que vemos e temos vontade de “apertar”, mas uma completamente diferente. Tinha pernas finas e fracas, dando a entender que a qualquer momento ia despencar. Estava sem roupa, e os ossos da costela eram tão visíveis, que davam medo. Os dedos, apontando para o sol, não pareciam dedos, mas pernas de grilo. Dos seus olhos saíam lágrimas tão fortes que, no momento, não identifiquei.
Lembrei da minha infância, sempre rodeada de amiguinhos, brincando, correndo, pulando. Apontando para o sol e dizendo: como é bom viver.
Cresci e continuei com esse mesmo pensamento, até me deparar com essa cena. Não que a vida, para mim, tenha deixado de ser boa. Vendo aquilo, percebi que minha vida é mais até do que imaginava, mas por me fazer refletir sobre essa realidade mais do que sempre refleti. Uma realidade que o mundo não vê, não se importa e até prefere acreditar que não existe.
Aquela criança não tinha amigos, não tinha pais, os quais, com certeza devem tê-la colocado ao mundo por acidente. Ela não tinha brinquedos, não tinha comida, não tinha sequer uma casa com uma cama para dormir. Era uma criança daquelas que dariam tudo para ir à escola e aprender a escrever seu nome. Se é que tinha nome.
E aquelas lágrimas não pareciam de tristeza pura, muito menos felicidade. Não parecia saudade, nem raiva. Eram lágrimas de esperança.
As pessoas na África morrem de fome a cada 3 segundos e têm consciência de que, no outro lado do mundo, está tendo festa. E, ainda sim, derramam lágrimas de esperança.
E o que me entristece é que a sociedade de hoje está tão acostumada, tão centralizada no próprio mundinho que dizem ter valor, que não se importam mais. Talvez nunca tenham, de fato, se importado. A natureza está perdida. A paz nunca foi alcançada. Crianças já nascem com AIDS e comem comida do lixo, enquanto outras fazem regime descontroladamente, sem necessidade. Algumas reclamam com os pais pelo edredom não ser da cor que queriam, outras dariam tudo por um pedaço de jornal.
O mundo se resultou inútil para todos aqueles que apenas seguem suas vidas. E eu, sonhadora compulsiva, assim como aquela pobre criança, ainda tenho esperança.
Sonho, sonharei e farei minha parte para que mais pessoas lutem por um sonho impossível, um mundo melhor. E repito as palavras de John Lennon quase como um novo apelo pela paz. Junte-se a nós e o mundo, pela primeira vez, viverá como um só.
Resenha: O Homem sem Grana (Mark Boyle)
Há 7 anos
2 comentários:
Essa minha amiga escreve pouquinho até.. =)
te amo muito
mtooo bom o texto ! ja tinha mencionado isso..rs
uma futura escritora está aparecendo!
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