Era como se não houvesse amanhã.
Os rostos estavam colados, o olhar era profundo, distante, sincero. Saudoso.
As palavras vinham-lhes na cabeça, mas não diziam.
As lágrimas vinham-lhes aos olhos, mas não caíam.
Abraçaram-se. Ela cantarolava alguma música bonita que vinha na mente.
"Forgiveness.. even if.. even if you don't love me anymore.."
Os minutos passavam rapidamente, as pessoas olhavam, alguns tinham dó. Alguns achavam brega. Naquela hora, quem dos dois se importava?
Ele pegou sua mão, entregou-lhe o que queria.
- Em que parte da nossa história esquecemos quem somos? - sussurrou.
O vôo foi anunciado, afastaram-se.
Ele ia caminhando em direção ao ponto de embarque. Ela continuava parada.
Gritou.
Correu.
Parou.
Beijou.
Aquele beijo representava todo o sentimento que tinham. Todo o sentimento que há muito haviam esquecido. E era como se ali, naquele momento, os dois pudessem finalmente se perdoar. Perdoar pelas mentiras, pelas farsas, pelas palavras brutas. Perdoar um ao outro por não terem chegado a uma conclusão, por terem deixado passar. Perdoar.
"And I think it's about forgiveness. Even if.. Even if you don't love me anymore."
Resenha: O Homem sem Grana (Mark Boyle)
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